Bancos e fintechs investem no financiamento imobiliário digital
Cada vez mais as pessoas buscam soluções para sua vida financeira por meio digitais. Logo, a informatização massiva dos serviços bancários por conta da maior adesão aos bancos digitais era somente uma questão de tempo. O surgimento das fintechs acelerou todo esse processo, que tem ficado cada vez mais rápido, seguro e eficiente.
O impacto positivo gerado por toda essa digitalização atingiu principalmente um dos serviços mais burocráticos ofertados pelos bancos: o financiamento imobiliário. Com um smartphone em mãos, o cliente passou a poder fazer simulações de contratação, cotações e análise de crédito em poucos toques, podendo dar os primeiros passos na realização do sonho da casa própria sem sair de casa.
Possibilitando até mesmo o envio de documentações via aplicativo, o financiamento imobiliário digital ganhou um novo reforço por conta da Lei 14.382/22, que institui a implementação do Sistema Eletrônico dos Registros Públicos (Serp), unificando todo o sistema de cartórios do país. Essa centralização das informações tornou possível que todas as partes do processo acompanhem suas etapas de maneira completamente remota.
Essa nova lei fez com que mais bancos mirassem na migração de seus processos físicos para o financiamento totalmente digital, aumentando os investimentos neste tipo de contratação para assim poder cativar um maior número de clientes. Hoje, estima-se que apenas 20% de todas as negociações sejam feitas de maneira totalmente digital.
A desburocratização veio em boa hora, inclusive, já que foi durante a pandemia de covid-19 que construtoras e bancos uniram forças para levar os financiamentos para o digital, num momento em que houve queda expressiva nas contratações do serviço.
O Estado de São Paulo, por exemplo, representa quase metade de todas as contratações de serviços de financiamento do país. Aderindo ao modelo online, o contratante pode fazer uma cotação, fechar negócio, assinar o contrato, enviar alguns documentos iniciais e até mesmo transferir o imóvel para seu nome sem precisar sair de casa.
O processo geralmente segue um padrão como o seguinte: o cliente preenche algum formulário e envia documentos necessários para a análise de crédito. Neste momento, é comum que a Inteligência Artificial faça a conferência de dados. Estando a matrícula do imóvel disponível no cartório, o cliente pode fazer a assinatura do contrato digitalmente. Caso não concorde, poderá se dirigir à agência e proceder da maneira tradicional.
Mesmo os bancos públicos, que não abrem mão da presença do contratante na agência para fechamento do negócio, flexibilizaram alguns serviços como a simulação, cotação e mesmo a tramitação de alguns documentos. Com isso, um procedimento que poderia levar até 90 dias para ser concluído em alguns lugares pode agora levar cerca de 30, com tendência de cair ainda mais. Na capital paulista, o prazo médio é de 4 semanas.
A rapidez na cotação de crédito também ajuda o comprador a decidir qual é o banco que oferece as melhores taxas sem precisar se deslocar de agência em agência. Antes de fechar negócio, é importante que se oriente por certas diretrizes. Além de conferir qual taxa mais condiz com seu perfil econômico, é importante levar em conta o valor de entrada — quanto maior, menos parcelas e, consequente, menos juros — e as garantias exigidas.
O financiamento de imóvel é um investimento feito geralmente no longo prazo e todos os pormenores de um contrato desse vulto devem ser analisados com cautela. A instabilidade do mercado imobiliário também é algo que leva os preços a flutuarem bastante e, por esta razão, é importante escolher o momento certo de fechar negócio.
Obviamente, o fator segurança ainda afasta alguns interessados. Sendo assim, os bancos estão trabalhando para que haja validações seguras em todas as etapas do financiamento. Alguns bancos, por exemplo, oferecem assinatura via leitura biométrica da face, e o documento assinado segue virtualmente para o cartório, sem qualquer interferência humana.
Modelos mais rigorosos de identificação também são debatidos entre as associações nacionais que promovem a modernização dos meios digitais de assinaturas e certificações. Mas para Edmar Araujo, da Associação das Autoridades de Registro do Brasil, o país tem um “sistema de certificação digital seguro no que diz respeito aos registros públicos, inclusive os imobiliários”.
O financiamento imobiliário digital é uma aposta cada vez maior dos bancos e tende a tomar grande fatia do mercado imobiliário. Discute-se ainda que, futuramente, ativos como criptomoedas sejam usados como parte do pagamento, através da tokenização, mesmo num ambiente ainda conservador para com estas tecnologias.
Uma tendência que veio para ficar, capaz de trazer mais facilidade tanto para os profissionais da área como os corretores de imóveis — que podem ofertar novidades em sites para corretores de imóveis — como para as imobiliárias que buscam modernizar seus portfólios em modernos sites para imobiliárias, o financiamento digital é certamente o futuro do setor.