Invasão na Ucrânia: investimentos podem ser afetados?

Invasão na Ucrânia: investimentos podem ser afetados?

A guerra local que começou há poucos dias já é preocupação mundial. Por ter o envolvimento de muitos países importante, gera preocupação entre os investidores. Invasão na Ucrânia: investimentos podem ser afetados?

Invasão na Ucrânia: investimentos podem ser afetados?

Os mais experientes em investimento e geopolítica já sabem que um conflito com as proporções da guerra entre Rússia e Ucrânia pode afetar a economia do mundo todo. A invasão começou na madrugada dessa quinta-feira (24), horário de Brasília, depois de vários dias de tensão e ameaças.

Por sorte, é possível proteger seus investimentos mesmo nesse cenário. Em geral, os especialistas já dizem de antemão que a melhor escolha é aquela que se encaixa melhor no seu perfil de investidor, avaliando quais ativos você tem a disposição.

Invasão na Ucrânia: investimentos podem ser afetados?

Idealmente, toda carteira de ações deve incluir em sua composição ativos de proteção, ou seja, ativos que tendem a se valorizar diante da incerteza ou de um declínio geral.

Os dois principais ativos protegidos do mercado hoje são o ouro e o dólar, duas boas opções para quem investe na chamada renda variável (representada principalmente pela bolsa de valores). Porém, comprar ouro e dólar pode acabar sendo um mau negócio se o investidor não estiver em renda variável.

Esses dois ativos são altamente voláteis, e em uma carteira “conservadora”, ou seja, de renda fixa, podem “prejudicar”, exemplificado pela forte queda do dólar nas primeiras semanas de 2022, após a invasão da Ucrânia.

O envolvimento dos EUA na crise da Ucrânia tornou o dólar mais volátil e mais sensível a novos desenvolvimentos no conflito, favorecendo o ouro como um investimento de “porto seguro”.

A economia brasileira

No Brasil, as bolsas de valores sempre se beneficiaram do capital estrangeiro atraído por commodities e ativos considerados baratos. Na cotação daquela manhã, o dólar valorizou 1,83% em relação ao real a 5,096 reais. Enquanto isso, o Ibovespa caiu 2,02%, para 109.742.

Além do impacto nos mercados financeiros, um ponto de cautela para o Brasil é a inflação, já que o conflito no Leste Europeu se tornou uma realidade.

O aumento dos preços e a estagnação da atividade geralmente são prejudiciais à economia, afetando desde os consumidores até os membros da cadeia produtiva do país.

Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, explicou que “as pressões sobre os [preços dos] combustíveis afetam o mundo inteiro. Piora ainda mais uma inflação que já está muito elevada. Se tem mais inflação, será necessário subir mais os juros, e juros mais altos dificultam o crescimento lá na frente.”

A pressão pode vir de todos os lados, já que a Rússia e a Ucrânia são grandes exportadores de commodities agrícolas, como trigo e milho, e commodities energéticas, como petróleo. O conflito no Leste Europeu pode afetar até mesmo a recuperação econômica dos EUA.

Nosso agronegócio também pode sofrer com a guerra, pois dependemos de alguns produtos russos para continuarmos sendo um dos país com maior produção agrícola do mundo. “Os fertilizantes são o produto que a gente mais compra da Rússia, com todas as sanções, particularmente no SWIFT, um sistema de pagamento de contratos, essa importação será dificultada”, explica Simão Silber, professor da FEA-USP.